Um homem esbaforido achegou-se ao grande filósofo Sócrates e sussurrou-lhe ao ouvido: -Na condição de seu amigo, tenho algo de muito grave para dizer-te. O sábio, prudentemente disse-lhe então: -Já passaste o que me vais dizer pelos três crivos? O primeiro é o da verdade: guardas absolutas certeza se aquilo que me pretendes comunicar é verdadeiro? -Bem, assegurar, não posso. Mas ouvi dizer, ponderou o interlocutor. -Então, decerto, peneirastes o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julgas saber, será pelo menos bom o que me queres contar? –questionou o filósofo. Hesitando, o homem replicou: -Muito pelo contrário. Não é nada bom. -Ah, então recorramos ao terceiro crivo, o da utilidade, e notemos o proveito do que aflige, tornou Sócrates. -Útil não é, aduziu o visitante. Arrematou, então, o filósofo, num sorriso: -Se o que me tens a dizer não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema. |
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
SÓCRATES E A INTRIGA
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário